QUEM SOMOS
Laura Faerman é documentarista, pesquisadora e curadora formada em Cinema pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.
AUDIOVISUAL
trabalhos selecionados de roteiro e direção
Vento na Fronteira
longa-metragem
Brasil/ 2022/ 78 min/ documentário
Pesquisa, roteiro, direção e montagem: Laura Faerman e Marina Weis
Produção: VU, Laboratório Cisco, Algazarra
Sinopse: No violento Mato Grosso do Sul, coração do agronegócio brasileiro,
a professora indígena Alenir Aquino Ximendes luta pelo direito de sua comunidade a terras ancestrais. No lado oposto desta disputa está
a herdeira dessas terras - uma poderosa advogada.
A Memória Perigosa
série documental
Brasil/ 2022/ 6 episódios de 26 min / documentário
Pesquisa, roteiro, direção e montagem: Laura Faerman e Marina Weis
Produção: VU, Laboratório Cisco, Algazarra
Exibido no CineBrasil TV
Povos Indígenas
e a ditadura militar
curta-metragem
2015/ 15 minutos/ documentário
Pesquisa, roteiro, direção e montagem: Laura Faerman e Marina Weis
Produção: VU, Algazarra
Produzido por meio do edital Sala de Notícias,
da TV FuturaExibido no programa Sala de Notícias, da TV Futura
Comissão Nacional
da Verdade
pesquisa para série
2015 / Edital de Desenvolvimento
de Séries Spcine / produção: VU
Produção: VU
Por meio do edital de Desenvolvimento de Série da Spcine,
Laura Faerman acompanhou e registrou a Comissão Nacional da Verdade Indígena, que investigou pela primeira vez as violações de direitos cometidas pelo Estado brasileiro contra populações de diferentes etnias durante a ditadura civil militar (1964-1985). Viajou pelo país registrando histórias até então desconhecidas: remoções forçadas, escravizações, estupros, torturas, assassinatos, prisões ilegais, entre outras violações. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos durante a ditadura no Brasil. A partir da pesquisa, roteirizou a série "A Memória Perigosa".
Vlado e Birri: Encontros
curta-metragem
2012 / 11 minutos / documentário
pesquisa, roteiro, direção e montagem: Laura Faerman e Marina Weis
Sinopse:O documentário, narrado pelo cineasta e teórico Fernando Birri - um dos precursores do Novo Cinema Latino-Americano - fala da relação do jornalista Vladimir Herzog com o cinema."Vlado e Birri: Encontros" foi exibido na mostra Memória e Transformação - O Documentário Político na América Latina Ontem e Hoje, na Cinemateca de São Paulo, e no Festival de Cinema de Tiradentes (2012), na TV Cultura e na Sesc TV.
Da ordem
do inventado
um olhar matemático sobre a arte
curta-metragem
Roteiro e Direção: Christina Brech
e Deborah Raphael
Direção Artística e Montagem: Laura Faerman
Direção de Fotografia: Alziro Barbosa, ABC
Assistência de Fotografia: Luiza Tomaz da Silva e Wesley Yamaguchi
Professores entrevistados: Christina Brecht (IME-USP) Pedro Tonelli (IME-USP) Rogério Monteiro (EACH – USP)
Sinopse: O que têm em comum a Matemática e a Arte? Esse filme é um convite para essa reflexão. Usando obras do Museu de Arte Contemporânea da USP, três professores de matemática
da Universidade de São Paulo contam o que as obras evocam
sobre as relações entre Arte e Matemática.
média-metragem
2007 / 52 min / documentário
pesquisa, roteiro, direção e montagem: Laura Faerman e Marília Scharlach
produção: Muiraquitã Filmes
Sinopse: O filme acompanha o grafiteiro Zezão pelos subterrâneos da cidade de São Paulo, onde ele espalha sua arte.
Exibido na TV Cultura (2007), televisões estatais latino-americanas, RESFEST (2007, São Paulo), FILE (2007,
São Paulo, Rio de Janeiro), na galeria Jonathan LeVinne (2010, Nova York), no Doc Brazil Festival (2011, Pequim),
entre outros.
O documentário foi analisado em artigos dos livros "Psicanálise nas Tramas da Cidade" (Manuel da Costa Pinto
e Magda Khouri, editora Casa do Psicólogo, São Paulo) e "Estado Crítico: À deriva nas cidades" (Guilherme Wisnik, Editora Publifolha, São Paulo), a partir de um artigo publicado originalmente no jornal Folha de São Paulo.
As catacumbas da cidade
por Guilherme Wisnik
NO FAMOSO ensaio sobre "A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica", Walter Benjamin relaciona a existência da obra de arte a duas motivações opostas: aquelas feitas para simplesmente existirem (valor de culto) e aquelas feitas para serem vistas (valor de exposição).
Mesmo não sendo ainda "arte", do modo como nós a definimos, as pinturas rupestres paleolíticas são o melhor exemplo do primeiro caso, uma vez que o alce ou o bisão flechados, pintados em locais quase inacessíveis das cavernas, deviam permanecer secretos, sendo "vistos" apenas pelos espíritos -daí a função mágica dessas pinturas.
A lembrança dessa passagem me ocorreu ao assistir ao documentário "No Traço do Invisível" (2006), de Laura Faerman e Marília Scharlach, exibido no último Resfest. O filme acompanha o grafiteiro Zezão em suas andanças por São Paulo, revelando os locais escolhidos por ele para a realização de seus "trabalhos": edifícios abandonados, encostas do rio Tietê, e, sobretudo, galerias subterrâneas de córregos, esgotos e tanques de retenção de águas pluviais ("piscinões").
Sem tentar extrair da "obra" do grafiteiro uma tese geral sobre a experiência da metrópole, o filme consegue revelar a monumentalidade da cidade escondida sob aquela que conhecemos no dia-a-dia.
Em uma cena particularmente forte, a câmera acompanha Zezão em uma ronda infinita por corredores e salões escuros, com esgoto correndo pela altura da canela, até que, subitamente, após escalar uma tubulação e abrir uma boca-de-lobo, o vemos saindo, em plena luz do dia, numa avenida bastante movimentada, em um dia normal da cidade.
Dirigindo um fusca baleado pela marginal Tietê, Zezão aponta locais de difícil acesso nos quais ele já interveio e faz referência à unidade do seu projeto artístico. Ele não diz, mas se tomássemos a extensão e o caráter sistêmico da "obra", teríamos que compará-la com um trabalho de "land art" em registro urbano.
E, de fato, sua fixação por locais arruinados -e mesmo abomináveis- não se faz acompanhar de uma atitude revoltada ou política nem, por outro lado, de um elogio à decadência da cidade, mas, ao contrário, de uma verdadeira excitação pela vida urbana, pela possibilidade de acessar a espessura de sua trama complexa, de suas camadas sobrepostas, tornando-se uma testemunha solitária de sua dimensão secreta.
Zezão grafita lugares escondidos, absolutamente inacessíveis ao olhar comum, e define a atitude do artista de rua como a vontade de tomar o local grafitado para si, de modo a poder dizer: "É meu". É curioso, mas esse afã de apropriação tem paralelo longínquo com a ação dos pintores-xamãs paleolíticos, que buscavam um meio de controlar a realidade por meio de inscrições secretas. Ocorre que, ao contrário daqueles caçadores nômades, o nosso grafiteiro é o morador anônimo de uma cidade em cuja opacidade estão soterradas (e transformadas em lixo) todas aquelas dimensões mágicas de culto que, pelo espanto diante da vida e da morte, fizeram um dia nascer a arte.
Operação Cavalo de Troia
média-metragem
2004 / 30 min / documentário
roteiro, direção e montagem: Axel Weisz,
Laura Faerman, Thiago Villas Boas
produção: VU
Sinopse: O documentário acompanha grupos de jovens da periferia de São Paulo tentando entrar sem pagar em uma rave ao ar livre. Sem dinheiro, eles driblam matas, seguranças e cachorros para alcançar um lugar na pista de dança.
Exibido no 15° Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade (2005), Fórum Social Mundial de Porto Alegre (2005), 15° Videobrasil (2005, São Paulo), FILE Cuba (2006, Cuba), FILE (2005, São Paulo), 28° Bienal de São Paulo (2008, São Paulo), Serpentine Gallery (2009, Londres), Brésil en Mouvements (2011, Paris), na TV Sesc, entre outros.
MONTAGEM
Bakish Rao - Plantas em Luta
curta-metragem
Curta Metragem /19 minutos/ 2024
Direção: Denilson Baniwa e Comando Matico
Coordenação: Emanuele Fabiano e Karen Shiratori
Cinematografia: Denilson Baniwa
Roteiro: Jamile Pinheiro e Renato Sztutman
Montagem: Laura Faerman
Intérpretes: Nestor Paiva Pinedo, Roxana Davila,
Mery Elida Fasabi Mondaluisa, Jorge Javier Soria Gonzales
CURADORIA
Sobre Nós - 60 anos de resistência democrática
e 15 anos do Instituto Vladimir Herzog
Coordenação de curadoria: Luís Ludmer e Lorrane Rodrigues
Curadoria: Flora Matheusa e Laura Faerman
Cinemateca Brasileira, de 02 a 22 de julho de 2024
A mostra reflete sobre o papel fundamental da luta pelos direitos humanos e pela memória histórica no fortalecimento da democracia brasileira.
Fotografias de divulgação do Instituto Vladimir Herzog, realizadas por Maria Eduarda Portella Lyra
Fotografia de Sérgio Silva
Fotografia de Sérgio Silva
Fotografia de Sérgio Silva
Mostra Paixão de Memória
Curadoria: Laura Faerman e Luis Ludmer
Produção: Instituto Vladimir Herzog
Cine Belas Artes, de 05 a 18 de outubro de 2017
A Mostra Paixão de Memória, exibiu em São Paulo 11 títulos do cineasta Patricio Guzmán, entre eles "Nostalgia da Luz", "Chile, a Memória Obstinada", "O Caso Pinochet", "O Botão de Pérola", "Salvador Allende", "A Cruz do Sul", "Em Nome de Deus" e "Meu Júlio Verne".
Durante o evento Guzmán fez o lançamento do seu livro Filmar o que não se vê (Edições SESC, 2017). Na obra o cineasta chileno compartilha suas experiências na produção de documentários, apoiando-se no cinema de autor e discorrendo sobre os parâmetros que orientaram seus trabalhos, tais como os conceitos de ponto de vista (opinião do diretor), distanciamento (viabilizado a partir do estabelecimento de territórios de criação e pesquisa), subjetividade (reafirmando a parcialidade das produções audiovisuais) e escrita de roteiros (técnicas de criação).
A Mostra contou ainda com o workshop gratuito Paixão de Memória – Inspiração, criação e o método de trabalho no cinema documentário de Patricio Guzmán. O workshop, com um total de 10 aulas, foi um curso sobre cinema documentário ministrado pelo diretor Patricio Guzmán, onde ele analisou sua obra a partir do contexto histórico em que seus filmes foram produzidos e também a sua evolução criativa ao longo das últimas quatro décadas.