Audiovisual
Vento na Fronteira
Brasil / 2022 / 78 min / documentário
Pesquisa, roteiro, direção e montagem: Laura Faerman e Marina Weis
Produção: VU, Laboratório Cisco, Algazarra
Sinopse: No violento Mato Grosso do Sul, coração do agronegócio brasileiro,
a professora indígena Alenir Aquino Ximendes luta pelo direito de sua comunidade a terras ancestrais. No lado oposto desta disputa está
a herdeira dessas terras - uma poderosa advogada.
Premiações:
Habilitado para o Oscar de Melhor Documentário 2023
Hot Docs Canadian International Film Festival, Canadá - Prêmio Especial do Juri, 2022
Durban International Film Festival, Africa do Sul - Melhor Documentário Internacional, 2022
Terra di Tutti Film Festival, Itália - Prêmio Benedetto Senne, 2022
Filmambiente, Brasil - Prêmio de Melhor Direção, 2022
Tenemos Que Ver - Festival Internacional de Cine y Derechos Humanos de Uruguay, Uruguai - Prêmio de Melhor Filme, 2022
Festival Del Cinema Dei Diritti Umani Di Napoli, Itália - Menção Honrosa, 2022
Rome Independent Film Festival, Itália - Menção Honrosa 2022
Mostra Ecofalante de Cinema,Brasil - Menção Honrosa na Competição Latino Americana
20º Festival Independente de Cinema e Direitos Humanos de Buenos Aires, Argentina - Melhor Filme da Competição Oficial de Documentários Latino-americanos, 2023
Sole Luna Doc Film Festival, Itália - Prêmio Sole Luna - A bridge between cultures (Uma ponte entre culturas)
Prêmio de Melhor Direção de Fotografia Documental Brasileira de 2023 da Associação Brasileira de Cinematografia, 2024
Prêmio de Melhor Direção de Fotografia - Festival de Cinema do Vale do Ivinhema (FestiVali), 2024
Prêmio de Melhor Montagem - Festival de Cinema do Vale do Ivinhema (FestiVali), 2024
Festivais Internacionais
Hot Docs - Canadá
Durban International Film Festival - África do Sul
Asinabka Film & Media arts Festival - Canadá
Solidarity Film Festival - Israel
UK Green Film Festival - Reino Unido
EQUIS Festival de Cine Feminista de Ecuador - Equador
Terra di Tutti Film Festival - Itália
Doc NYC - EUA
Tenemos Que Ver - Festival Internacional de Cine y Derechos Humanos de Uruguay - Uruguai
Utopia Film Festival - Alemanha
Festival Del Cinema Dei Diritti Umani Di Napoli - Itália
Rome Independent Film Festival - Itália
DMZ - Film Festival - Coreia do Sul
Wild & Scenic Film Festival - EUA
San Diego Latino Film Festival - EUA
Ojoloco - Iberian and Latin American Film Festival - França
Festival delle Terre - Itália
Festival Internacional de Cine de Derechos Humanos de Buenos Aires - Argentina
Philadelphia Latino Film Festival - EUA
Sole Luna Doc Film Festival - Itália
Globale Mittelhessen DOC Film Festival - Alemanha
GlobaLE Film Festival - Alemanha
Festival Brésil en Mouvements - França
DocsMX - Festival Internacional de Cine Documental de la Ciudad de México - México
EthnoKino Film Festival - Suíça
Festival International Présence Autochtone - Canadá
Mostra Internacional Films de Dones Barcelona - Espanha
Festival de Cinéma de Douarnenez - França
Muestra de Cine + Video indígena - Chile
Ficha Técnica:
Pesquisa, Roteiro, Direção e Montagem:
Laura Faerman e Marina Weis
Cinematografia: Alziro Barbosa, ABC
Consultoria de Montagem: Karen Akerman
Produção Executiva: Luís Ludmer, Julio Matos Lima, Marcelo Félix e Marcinho Zolà
Produção: Luís Ludmer e Rodrigo Díaz Díaz
Controller: Marcelo Félix e Marcinho Zolà
Fotografia Adicional: Marina Weis
Imagens Aéreas: Julio Matos
Assistentes de câmera: Leandro Lamezi
e Vinicius Angotti Guissoni
Som Direto: Fernando Cavalcante, Paulo Seabra
e Ubiratan Guidio
Produção de Base: Bruna Schroeder, Carol Alberini
e Jean Fichefeux
Produção Local Brasília 2017: Gustavo Vieira
Assistência de Produção: Bruna Prado
Assistente de Montagem: Augusta Gui
Coordenador de Finalização: Lucas Lazarini
Correção de Cor Leandro Lamezi
Edição de Som e Mixagem: Estúdio Effects Films
(Miriam Biderman, Ricardo Reis)
Produção de Finalização: Bárbara Sodré
Transcrição: Julia Mattos
Tradução do Guarani: Maria E. Avalos, Leidy Recalde
e Derlis Cañiza
Versão para Inglês: Thaís Teixeira
Tradutora e Intérprete de Libras: Rafaella Sessenta
Audiodescrição: Bell Machado (roteiro e narração)
e Emmanuelle Alkmin (consultoria)
Arte gráfica e Design: Lokomotiv Studio e Victor Gorino
documentário longa-metragem
Material de Apoio:
Créditos:
Autora dos textos e da proposta pedagógica: Alice Villela
Colaboração de texto: Laura Faerman e Juliana Bombrim
Diagramação e Desenho Gráfico: Babi Sonnewend
Ilustrações: Adriana Alves
Concepção e supervisão de impacto:Rodrigo Días Días
Coordenação da campanha: Juliana Bombrim
Mobilização: Paula Costa Vaz
Baixe o material de apoio do filme
O material acima foi produzido como parte da estratégia de lançamento em cinemas e campanha de impacto do filme "Vento na Fronteira", através do Edital 02/21/Spcine - Distribuição de pequeno e médio porte de longa-metragens.
Campanha para o Oscar 2023
aldeia Nhande Ru Marangatu, 2023
Joenia Wapichana, Célia Xakriabá, Ariene Susui, Maial Kaiapó,Takumã Kuikuro, Lucélia Santos
"O documentário propõe imagens emblemáticas que contam
uma história de apropriação de terras e de luta pela reocupação
de maneira emocionante e envolvente. A população Guarani reivindica o direito de viver em sua própria terra e o direito
de existir contra os interesses dos colonizadores e das grandes companhias do setor agroalimentar."
Festival Terra di Tutti 2022 - Itália
A Memória Perigosa
série documental
Brasil / 2022 / 6 episódios de 26 min / documentário
exibido no CineBrasil TV
Sinopse: Série documental que investiga a política
de extermínio do Estado brasileiro contra populações indígenas durante a ditadura militar, assim como
a resistência indígena.Co roteirizada, dirigida e editada
por Laura Faerman, “A Memória Perigosa", apresenta gravações em dezenas de aldeias, material de arquivo inédito e testemunhos de antropólogos, indigenistas, jornalistas, líderes indígenas e anciãos que sobreviveram aos anos chumbo.
produção: VU, Laboratório Cisco, Algazarra
pesquisa, roteiro, direção e montagem: Laura Faerman e Marina Weis
Ficha Técnica
DIREÇÃO
Laura Faerman e Marina Weis
IDEIA ORIGINAL
Laura Faerman e Marina Weis
ROTEIRO E MONTAGEM
Marina Weis e Laura Faerman
PRODUÇÃO EXECUTIVA
Julio Matos
Marcelo Félix
Marcinhò Zola
DIRETOR DE PRODUÇÃO
Julio Matos
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
Marina Weis e Leonardo Barboza Feliciano
CÂMERA ADICIONAL
Alziro Barbosa ABC
Leonardo Barboza Feliciano
Fernanda Rappa
Miguel Ramos
André Luis de Luis
TÉCNICOS DE SOM
Arthur Egydio de Sousa Santos
Leandro Lefa
Jean Fichefeux
Silvio Luiz Cordeiro
Alexandre Machado
Célio Dutra
Laura Faerman
TRILHA SONORA ORIGINAL
João Arruda
PRODUÇÃO DE BASE
Jean Fichefeux, Carol Alberini,
Bruna Schroeder
PRODUÇÃO DE CAMPO
Bruna Schroeder, Jean Fichefeux, Alexandre Machado
PESQUISA
Laura Faerman e Marina Weis
CONSULTORIA
Luiz Eloy Terena, Marcelo Zelic, Daniela Batista de Lima, Karen Shiratori, Manuela Carneiro da Cunha
CONTROLLER
Marcinhò Zola
Marcelo Félix
ESTAGIÁRIAS DE PRODUÇÃO
Jéssica Barbosa
Larah Camargo
ARTE GRÁFICA
Lokomotiv Studio
DESENHO DE SOM
Marina Weis e Laura Faerman
MIXAGEM E EDIÇÃO DE SOM
Augusta Gui
CORREÇÃO DE COR
Tobias Rezende
PRODUÇÃO DE FINALIZAÇÃO
Marcelo Félix
Bárbara Sodré
COORDENAÇÃO DE FINALIZAÇÃO
Lucas Lazarini
FINALIZAÇÃO
Augusta Gui
ASSISTENTE DE PÓS PRODUÇÃO
Ana Lígia Rodrigues
LIBRAS
Rafaella Sessenta (Tradutora e Intérprete)
Cláudio Ramalho (Assessor Surdo)
Arte Libras
ROTEIRO DE AUDIODESCRIÇÃO E LOCUÇÃO
Bell Machado (Quesst Consultoria)
Emmanuelle Alkmin (Consultoria)
LEGENDAGEM DESCRITIVA
Ana Lígia Rodrigues
GRAVAÇÃO DE AUDIODESCRIÇÃO E LIBRAS
Augusta Gui
TRANSCRIÇÃO
Julia Mattos
DIARISTA
Michele Barros
Povos Indígenas
e a Ditadura Militar
2015 / 15 minutos / documentário
Sinopse: A Comissão Nacional da Verdade Indígena investigou pela primeira vez as violências cometidas contra
os povos indígenas durante a ditadura militar, revelando
uma realidade desconhecida pela sociedade brasileira:
Os povos indígenas foram o grupo mais atingido pelo regime militar no Brasil. Massacres, escravizações, prisões clandestinas e torturas estão entre as denúncias apuradas. Essas revelações levantam questões fundamentais sobre como o Estado democrático brasileiro pode garantir
os princípios de Verdade, Memória, Justiça e Reparação
para os povos indígenas.
pesquisa, roteiro, direção e montagem:
Laura Faerman e Marina Weis
produção: VU, Algazarra
Documentário produzido por meio do edital Sala
de Notícias, da TV Futura
Exibido no programa Sala de Notícias, da TV Futura
Imagens do Relatório Figueiredo, documento que permaneceu desaparecido por 45 anos e denuncia atrocidades cometidas contra populações indígenas nos primeiros anos de ditadura.
Comissão Nacional
da Verdade Indígena
2015 / Edital de Desenvolvimento de Séries Spcine / produção: VU
Por meio do edital de Desenvolvimento de Série da Spcine,
Laura Faerman acompanhou e registrou a Comissão Nacional da Verdade Indígena, que investigou pela primeira vez as violações de direitos cometidas pelo Estado brasileiro contra populações de diferentes etnias durante a ditadura civil militar (1964-1985). Viajou pelo país registrando histórias até então desconhecidas: remoções forçadas, escravizações, estupros, torturas, assassinatos, prisões ilegais, entre outras violações. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos durante a ditadura no Brasil.
A partir da pesquisa, roteirizou a série "A Memória Perigosa".
Vlado e Birri: Encontros
2012 / 11 minutos / documentário
pesquisa, roteiro, direção e montagem: Laura Faerman e Marina Weis
produção: VU, Algazarra
Sinopse:O documentário, narrado pelo cineasta e teórico Fernando Birri - um dos precursores do Novo Cinema Latino-Americano - fala da relação do jornalista Vladimir Herzog com o cinema."Vlado e Birri: Encontros" foi exibido na mostra Memória e Transformação - O Documentário Político na América Latina Ontem e Hoje, na Cinemateca de São Paulo, e no Festival de Cinema de Tiradentes (2012), na TV Cultura e na Sesc TV.
Da ordem do inventado
um olhar matemático sobre a arte
2023 / 16 min / documentário
Sinopse: O que têm em comum a Matemática e a Arte? Esse filme
é um convite para essa reflexão. Usando obras do Museu de Arte Contemporânea da USP, três professores de matemática
da Universidade de São Paulo contam o que as obras evocam
sobre as relações entre Arte e Matemática.
Roteiro e Direção: Christina Brech e Deborah Raphael
Direção de Fotografia: Alziro Barbosa, ABC
Direção Artística e Montagem: Laura Faerman
Assistência de Fotografia: Luiza Tomaz da Silva e Wesley Yamaguchi
Professores entrevistados: Christina Brecht (IME-USP) Pedro Tonelli (IME-USP) Rogério Monteiro (EACH – USP)
Produção: VU
Apoio: Instituto de Matemática e Estatística da USP Museu de Arte Contemporânea da USP, Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária
da USP, Santander Universidades
Operação Cavalo de Troia
2004 / 30 min / documentário
roteiro, direção e montagem: Axel Weisz,
Laura Faerman, Thiago Villas Boas
produção: VU
Sinopse: O documentário acompanha grupos de jovens da periferia de São Paulo tentando entrar sem pagar em uma rave ao ar livre. Sem dinheiro, eles driblam matas, seguranças e cachorros para alcançar um lugar na pista de dança.
Exibido no 15° Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade (2005), Fórum Social Mundial de Porto Alegre (2005), 15° Videobrasil (2005, São Paulo), FILE Cuba (2006, Cuba), FILE (2005, São Paulo), 28° Bienal de São Paulo (2008, São Paulo), Serpentine Gallery (2009, Londres), Brésil en Mouvements (2011, Paris), na TV Sesc, entre outros.
Ficha Técnica
Roteiro e Edição
Laura Faerman, Martin Cobelo e Thiago Villas Boas
Fotografia
André Luiz de Luiz, Bernardo Spinelli, Carolina Gonçalves, Chica San Martin, Laura Tafarel, Marília Cabral, Thiago Villas Boas
Produção
Zoi Filmes
Edição de Som
Ricardo Gonçalves e Thiago Costa Behrndt
Finalização de Som
Ricardo Gonçalves
Finalização de Imagens
André Luiz de Luiz
Design
amatraca
Apoio
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e MegAvonts
Mostras de Cinema
produção: VU
2012
Jogo da Verdade - os documentários de Peter Watkins
curadoria: Laura Faerman
A mostra apresentou a obra do renomado documentarista inglês pela primeira vez
no Brasil, na Caixa Cultural São Paulo.
INTRODUÇÃO
A mostra “Jogo da Verdade – Os documentários de Peter Watkins” propõe um debate, por meio da exibição de filmes documentais, sobre o pensamento do cineasta, crítico e teórico britânico Peter Watkins.
Desde meados dos anos 1960, Watkins tem desenvolvido com seus filmes e métodos de produção uma teoria crítica sobre
o papel e a influência da mídia televisiva e o uso do cinema para a constituição de falsas crenças e verdades. Para Watkins, “...na grande maioria dos casos a sociedade se recusa sempre a reconhecer a forma e o processo de difusão e de recepção das produções das MMAV (Mídias de Massa Audiovisuais). O que significa que as formas de linguagem que estruturam
as mensagens de filmes ou programas de TV, assim como todos os processos (hierárquicos ou outros) de difusão para
o público são completamente ignorados e não são objetos de debate”.
Toda a produção de Peter Watkins se divide entre artigos críticos e filmes produzidos para o cinema e a TV. Estes se apresentam como ensaios (na forma de documentários) sobre momentos decisivos da história, trabalhados de forma a colocar o espectador no centro do debate. Isto é, os acontecimentos e personagens históricos são vistos pela ótica dos telejornais e do documento filmado. Assim, cabe ao público pensar e perceber qual poderia ser e se mesmo pode existir uma verdade sobre os fatos. Dessa produção serão exibidos no ciclo “Jogo da Verdade – Os documentários de Peter Watkins” as seguintes obras: “The Diary of an Unknown Soldier” (1959, Inglaterra), “The Forgotten Faces” (1961, Ingla- terra), “Culloden” (1964, Inglaterra), “The War Game” (1965, Inglaterra), “Privilege” (1967, Inglaterra), “The Gladiators” (1969, Suécia), “Punishment Park” (1971, Inglaterra), “Edvard Munch” (1973, Suécia e Escandinávia), “Evening Land” (1977, Dinamarca), “The Freethinker” (1994, Suécia).
Nascido em 1935, Peter Watkins realizou “Culloden”, seu primeiro longa-metragem, em 1964. Nesse trabalho, ele inicia seu projeto de realizar um cinema que colocasse no centro do debate a própria natureza do meio e do gênero, seus modos de produção e seu “contrato com o espectador”: a ideia de que um documentário serve para resumir e exibir uma verdade sobre um determinado fato ou pessoa.
Assim, em “Culloden” (sobre uma batalha ocorrida na Escócia em 1776, quando regimentos ingleses massacraram os membros dos clãs escoceses, resultando em 2.500 mortos) Watkins filma com atores amadores ingleses e escoceses, montando assim suas tropas. Muitos eram descendentes diretos dos soldados do século 18. Fazendo uma espécie de trapaça com o tempo, o espectador vê entrevistas com os soldados, como em um jornal televisivo no qual o câmera e o repórter estão no campo de batalha, transmitindo ao mundo uma “verdade”. O recurso criava um eco com as imagens da guerra do Vietnã, e a forma como ela era apresentada ao público televisivo.
Essa pesquisa com uma nova forma, uma documentação ficcional que encontra uma verdade a partir de sua produção (os soldados-descendentes) prossegue em seus projetos seguintes. “The War Game” (1968) é um falso telejornal, que noticia uma guerra entre as tropas ocidentais e soviéticas e faz uso de imagens de arquivo das explosões de Hiroshima e Nagasaki.
O processo se desenvolve, e Watkins passa a criar um outro gênero: documentários sobre o futuro. Neles, mais uma vez atores amadores (com algum tipo de ligação com o que é mostrado) interpretam uma ficção que ao mesmo instante opera como comentário de uma situação do presente. Com “The Gladiators”, filmado durante as revoltas de 1968 na Europa, mostra um mundo no qual, para conter a agressividade do corpo social, os governos decidem criar jogos de gladiadores, do mesmo modo que no Império Romano. Em “Punishment Park” (1970), mais um documentário sobre o futuro – sendo a base do projeto a política repressiva e militarista do governo Richard Nixon –, é mostrada uma colônia criminal na Califórnia, para onde devem ser enviados todos os jovens que são um desafio para a ordem estabelecida.
Três anos depois de “Punishment Park”, Peter Watkins mais uma vez retrabalha o gênero, o cinema documental, apresentando mais uma possibilidade. “Edvard Munch” retoma os seus procedimentos básicos: um documentário sobre o passado com um formato do presente e atores amadores ligados ao evento; aqui, a vida do pintor norueguês e seus dramas na moralmente conservadora Escandinávia do início do século 20. Mas o filme é também uma espécie de autobiografia de Watkins, que se identifica com os dramas de Munch, como se tivessem passado os dois pela mesma experiência.
“Jogo da Verdade – Os documentários de Peter Watkins” oferece ao espectador brasileiro um contato privilegiado com um dos mais inventivos e engajados cineastas do século, responsável por criar e formular uma crítica ao universo das imagens que, agora, com as novas tecnologias e modos de circulação das imagens, ganha uma renovada e poderosa força.
O Cinema contemporâneo
japonês: Nobuhiro Suwa
produção: VU
2011
curadoria: Daniela Castro
"O Cinema contemporâneo japonês: Nobuhiro Suwa" exibiu quatro longas-metragens do diretor independente nascido em Hiroshima, um dos mais aclamados cineastas experimentais da atualidade no Japão.
Realizada na Caixa Cultural Rio de Janeiro.
Quay Brothers
2012
produção: VU
curadoria: Silvia Hayashi
Realizada na Caixa Cultural São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília
A mostra Quay Brothers apresenta ao público brasileiro uma retrospectiva de quinze filmes de curta-metragem e dois longas-metragens dirigidos pelos animadores Stephen e Thimothy Quay.
Gêmeos idênticos, Stephen e Thimoty Quay produziram ao longo dos últimos 30 anos uma cultuada obra cinematográfica, baseada na criação de miniaturas filmadas em stop motion.
Nascidos em 1947, na Pensilvânia, Estados Unidos, os Quay estudaram ilustração no Philadelphia College of Arts. No início da década de 1970, mudaram-se para a Inglaterra e completaram seus estudos no Royal College of Arts, local onde realizaram seus primeiros filmes de animação. Lá conheceram o produtor Keith Griffiths com quem fundaram uma pequena companhia produtora, o Atelier Koninck, sediada em Londres.
Influenciados pela tradicional escola de animação do Leste Europeu, os Quay são cineastas apaixonados pelo detalhe e pelo controle da cor e da textura que, combinados com um uso muito particular do foco e dos movimentos de câmera, fazem de seus filmes peças únicas e de reconhecimento instantâneo.
Em 1986, realizaram o curta-metragem Street of Crocodiles, um clássico do cinema de animação, considerado pelo cineasta Terry Gilliam um dos dez melhores filmes de animação de todos os tempos. Em 1998, realizaram Institute Benjamenta, seu filme de estréia no longa-metragem “live action”.
O trabalho desenvolvido pelos irmãos Quay inclui videoclipes para His Name is Alive, Michael Penn, Sparklehorse, 16 Horsepower e PeterGabriel, contribuindo para o premiado vídeoclipe da canção Sledge hammer e cenários para ópera. Em 1998, foram indicados para o prêmio Tony pelos cenários da peça The Chairs, de Eugene Ionesco,
apresentada na Broadway no mesmo ano.
Em 2000, realizaram o premiado curta-metragem In Absentia, em colaboração com o compositor Karlheinz Stockhausen. Em 2003, dirigiram quatro filmes curtos em colaboração com o compositor Steve Martland, para um evento ao vivo realizado no museu Tate Modern, em Londres. The Piano Tuner of Earthquakes, o segundo filme de longa-metragem “live action” dos irmãos Quay, foi lançado em 2005.
Política do Gênero
O Cinema Norte-Americano dos anos 70
2010
curadoria: Laura Faerman
produção: VU
A mostra “Política do Gênero – O Cinema Norte-Americano dos Anos 70” propõe uma pesquisa sobre o uso político do cinema de gênero na indústria cinematográfica norte-americana a partir da exibição de 14 filmes – realizados entre o final da década de 1960 e meados dos anos 70 no sistema de produção hollywoodiano. Esse período foi marcado por uma alteração da relação do cidadão com as instâncias oficiais de poder após a radicalização ideológica no país durante os anos da guerra do Vietnã, culminando com a renúncia do presidente Richard Nixon em1974.
Neste contexto, os grandes estúdios enfrentam uma crise em seu modelo, o que permite diferentes tentativas de construção de um cinema político usando o gênero (policial, suspense, comédia, drama) para dar conta de um estado emocional de uma nova América. Oscilando entre trabalhos autorais ou francamente industriais, “Política do Gênero” se volta para a realização de obras de cineastas como Alan J. Pakula, Milos Forman, Paul Mazursky e Robert Altman, entre outros, para criar um significativo instantâneo do imaginário político, estético e psicológico de um decisivo instante para a construção de uma linguagem cinematográfica
O Cinema de Maya Deren
2009
curadoria: Silvia Hayashi, Laura Faerman
produção: VU
A mostra exibiu a filmografia completa de Maya Deren, uma das mais importantes cineastas da vanguarda norte-americana.
Ícone do cinema independente americano - cineasta, dançarina, escritora, poetiza, coreógrafa, teórica e fotógrafa - Maya Deren iniciou sua carreira pioneira ao lado de artistas como Marcel Duchamp e Man Ray e fundou o cinema experimental americano, que influenciou toda a cultura cinematográfica do pós-guerra. O trabalho de Maya Deren foi fundamental para toda uma geração de cineastas independentes, como Kenneth Anger, Jonas Mekas, Stan Brakhage e Michael Snow e de artistas contemporâneos, como Cindy Sherman. A cineasta produziu seus trabalhos na contra-corrente de Hollywood, terminando por influenciar a própria Indústria, que incorporou elementos de sua obra na produção de cineastas hoje consagrados, como David Lynch, M. Night Shymalan e Alejandro Jodorowsky.
No programa, exibido na Caixa Cultural Rio de Janeiro (10 a 15 de março e 2009) e na Caixa Cultural São Paulo (08 a 12 de abril e 2009), foram apresentados em 6 curtas-metragens e um documentário de 52 minutos, que representam a totalidade dos filmes realizados por Maya Deren.